20 setembro 2008

Urnas eletrônicas e a fraude


Recebo este artigo, muito interessante, do meu amigo "Hasse", tradutor e músico, saxofonista de primeira, sobre as eleições que se avizinham:

"Estão chegando as eleições municipais no Brasil, e há muita propaganda na televisão sobre a importância de votar em partidos e pessoas confiáveis, honestos, justos e trabalhadores, sendo estas qualidades raras na vida política, aqui como além-mar. Tudo bem.
Também se fala com orgulho na TV sobre as urnas eletrônicas, chamando o sistema eleitoral brasileiro o mais moderno no mundo, e outro dia lacraram essas urnas, e o presidente da TSE garantiu que as eleições vão ser "uma festa para a democracia".
Nos EUA o povo elegerá um novo presidente em novembro, e lá pelo menos se fala sobre os problemas com essas urnas eletrônicas, que já permitiram a alteração dos resultados de duas eleições presidenciais, negando a Casa Branca a Al Gore em 2000 e a John Kerry em 2004, e se preparam para repetir a dose em novembro deste ano.
Na Florida George Bush finalmente foi declarado vencedor em 2000 com muita ajuda das urnas eletrônicas e após o Supremo Tribunal do Estado mandar parar a recontagem manual dos votos. Lembram?
Em 2004 a manipulação mais flagrante dos resultados foi feita no estado de Oklahoma.
A grande mídia de lá, que hoje está nas mãos de um quase-monopólio com conecções fortes no complexo financeiro-militar-industrial, não diz muito sobre o assunto, mas processos judiciais contra as fabricadoras das urnas eletrônicas e contra os políticos que compraram esses brinquedos pra enganar a gente – é o povo que paga! – estão em andamento em vários estados. E processos judiciais não se iniciam sem indícios e provas.

Vamos começar com um exemplo de indícios:

Nos Estados Unidos a imprensa tem a tradição de perguntar às pessoas saindo dos locais de voto como votaram. Ninguém precisa responder, claro, mas muitas respondem, e é um bom instrumento para ter uma idéia já cedo sobre o resultado das eleições.
O interessante é que esses "exit polls", desde o início do século XX, sempre deram resultados que divergiram muito pouco do resultado final da contagem dos votos. No ano 2000, porém, a primeira vez que urnas eletrônicas foram usadas de forma abrangente, tudo mudou.
Os "exit polls" deram a vitória a Al Gore e aos democratas, e o republicano George Bush foi declarado vencedor. A mesma coisa se repetiu em 2004. Em 2008 a mídia provavelmente nem vai fazer "exit polls", sendo que só criam confusão sobre quem realmente ganhou a eleição …
Quer dizer, os "exit polls", que sempre se mostravam certos, agora desmentem o resultado estabelecido pelas urnas eletrônicas. Será que as pessoas começaram a mentir sobre como votaram depois da implementação de urnas eletrônicas…? Duvido.
E provas? A maioria das urnas eletrônicas, lá como aqui, são computadorzinhos americanas da marca Diebold:
O dono dessa empresa, Walden O'Dell, a descreve como "a republican company". O mesmo empresário bravateou, publicamente, na convenção nacional do partido republicano americano em 2000, que iria ganhar aquela eleição para o amigo George Bush. Não conseguiu completamente, precisava de ajuda de um Supremo Tribunal corrupto na Flórida para completar a falcatrua. Mas depois, com uma maioria republicana em vários estados, mais urnas eletrônicas foram adquiridas, e em Oklahoma, em 2004, nem precisava-se recorrer à "justiça" para ter o resultado desejado pelos neo-cons. Com isso diversos grupos de cidadãos conscientes do engodo recorreram à justiça e hoje o eleitor de Oklahoma, por exemplo, tem o direito de votar da velha maneira, em papel, com o voto a ser contado manualmente.
É óbvia a não confiabilidade do "sistema eleitoral mais moderno no mundo". Dentro daquele aparelho, que parece tão inócuo e imparcial, o voto foi registrado, sim, mas a máquina usa o sistema operativo Windows, notório pela facilidade com que os "hackers" do mundo podem entrar nele e fazer qualquer mudança sem deixar rastros. Isto foi demonstrado frente a uma comissão do senado americano em 2006 e de novo em 2007. Transferir 100 000 votos do candidato A para candidato B é uma tarefa fácil para milhares de profissionais na área da informática (e até para amadores). Foi assim que o pior e mais malquisto presidente na historia dos Estados Unidos foi eleito e re-eleito. Obviamente "o sistema eleitoral mais moderno no mundo" não trabalha em prol da democracia, mas funciona muito bem para os manipuladores da mesma.
Quando as autoridades brasileiras instalaram as urnas eletrônicas, ou
a) as pessoas envolvidas conheciam o problema e trocaram o Windows nas urnas por um outro sistema operativo mais seguro, ou
b) ninguém conhecia o problema e nada foi feito, ou
c) conhecem o problema e ainda assim pretendem utilizá-las.
No primeiro caso está tudo bem, no segundo caso podem se desculpar pela ignorância. No terceiro caso temos mais uma vez a democracia brasileira seriamente ameaçada!
A Polícia Federal e a ABIN com certeza acessam muitas fontes fora da grande mídia e são obrigados a passar as informações para os poderes executivo e judicial. Feito isto ou não, o problema continua o mesmo: o poder continua na mão de seus afeitos em detrimento da democracia. Vejo um futuro promissor para os "hackers de aluguel", no Brasil e no mundo …
Concluindo, gostaria que a MCCE ou a Justiça Eleitoral elucidasse qual destas três alternativas é a verdade sobre as urnas eletrônicas do Brasil?

Hans Berggren
Tradutor

(Sendo que a grande mídia brasileira também em geral fica calado sobre estes assuntos, recomendo fazer uma pesquisa google sobre por exemplo "diebold+bush". Dá 807 000 "hits", de todo tipo de fonte, de "news sites" da internet até grandes jornais como USAToday, New York Times, etc).

Um comentário:

  1. Canga, nesta eleição as urnas vão usar uma distribuição do sistema operacional Linux, que é bem mais seguro que o Windows.

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