20 dezembro 2008

Aparecem microfilmes que comprovam ligações do governo com o escândalo da revista Metrópole

Já estão nas mãos da procuradora Vera Lúcia Ferreira Copetti as microfilmagens do Besc e do Banco do Brasil que comprovam as ligações diretas do governo do estado com a Revista Metrópole.
A procuradora é encarregada de investigar as denúncias feitas no livro A Descentralização no Banco dos Réus, onde o empresário Nei Silva conta com detalhes as falcatruas do governador Luiz Henrique e seus colaboradores com a revista Metrópole. Usavam artifícios para enganar a Justiça Eleitoral e publicar propaganda eleitoral extemporânea.
Entre os microfilmes entregues para a procuradora estão depósitos efetuados pela Casan, Codesc, Badesc, Brde e Secom, todos na conta da empresa que editava a revista Metrópole. Entre os ordenadores dos depósitos estão Valmor Deluca, Içuriti Pereira, Renato Viana, Casildo Maldaner e Derly Massaud.
Com essas provas materiais nas mãos da justiça caem por terra as deslavadas mentiras do governo de que nunca tiveram nada a ver com a revista Metrópole e inclusive processaram o seu editor, Nei Silva, armando um flagrante de extorsão e colocando-o na cadeia por 17 dias. Fora isso, continuam censurando a publicação do livro numa demonstração de autoritarismo e arrogância jamais vistas em tempos de democracia.

Além destes microfilmes outro segredo volta a ser comentado nos subterrâneos das investigações sobre o escândalo esquecido pela imprensa. A localização de duas malas cheias de documentos comprometedores, confiadas a um amigo de Nei Silva, que acabaram sendo negociadas por um parlamentar. Destas malas se salvaram as gravações telefônicas em mãos de Nei Silva e divulgadas por este blog.

Morre Mark Felt, o “Garganta Profunda”


Fonte dos repórteres do Washington Post Bob Woodward e Carl Bernstein, responsável pela renúncia do ex-presidente norte-americano Richard Nixon, morreu, aos 95 anos. Embora sofresse de problemas cardíacos, a causa da morte ainda não foi divulgada. Em reportagem informando a morte de Mark Felt, o The New York Times se referiu a ele como a “fonte anônima mais famosa da histórica americana”.
Em 2005, Felt revelou ser a fonte dos jornalistas do Post. Embora sua família tenha garantido que as razões que o levaram a fazer isso era deixar um legado permanente, o próprio “Garganta Profunda” disse que fins lucrativos o motivaram a confessar que foi ele quem passou as informações do escândalo Watergate. "Agora vou organizar e escrever um livro ou algo assim, e ganhar todo o dinheiro que puder", declarou ele, na época, em sua residência de Santa Rosa (Califórnia). Leia matéria completa. Beba na fonte.

POR QUE O NATAL ME DÓI?

(Para Itamar e Marcelina, Luis e Carmem)

Por Olsen Jr.

Em uma tarde destas, logo após as chuvas, estava num mercado aqui na Lagoa, buscava um tipo de requeijão que meus avós faziam. Uma maneira creio, de estreitar minhas saudades com um passado de quando tudo ia bem. Ao meu lado um casal procura algo na mesma gôndola. Não pude deixar de ouvir o comentário que o marido fez para a mulher, “essas músicas de natal são um saco”. Presto atenção e ouço uma versão em português, muito ruim da música “Happy Xmas (War is Over)”, do John Lennon. A letra era mais longa que a melodia, doía mesmo ouvir aquilo.

Tinha uma versão audível com a Simone. Melhor mesmo era ouvir o original com o ex-beatle. Caso raro de uma música de natal que ainda faz sucesso fora da data para a qual foi composta.

Lembro de um mês de dezembro, entre 1966 e 1969, em Chapecó em que ficava em uma sala lendo a obra infantil (17 volumes) de Monteiro Lobato enquanto a minha mãe arrumava a casa e ouvia músicas de natal. De tal maneira isso ficou no inconsciente que, todas às vezes que pego a literatura infantil do Monteiro Lobato já começo a ouvir “...Eu pensei que todo mundo fosse filho de papai-noel”... As músicas eram brasileiras, muito boas. Versos simples de grande apelo aos sentimentos. Li em algum lugar um ensaio crítico sobre o tema do natal, e as nossas composições sobressaiam-se sobre os outros países, notadamente os Estados Unidos, que era o referente com o indefectível “Jingle Bells”.

Meus avós, Eugênio Harald e Rosa Cabral eram católicos praticantes. Acreditavam em Deus e na unidade familiar. O natal, portanto, era uma data celebrada com todo o ritual que a ocasião exigia. Uma árvore era cortada no campo (já era plantada para essa finalidade), enfeitada com velas, algodão, bolinhas, anjos, estrelas, barba de velho tirada no mato, e embaixo, um presépio com a manjedoura, a criança recém nascida, Maria e José, os reis magos, enfim, tudo lembrando o que deveria ter sido quando o filho de Deus veio ao mundo.

O papai-noel chegava, fazia sua prédica, as orações de praxe, minha tia começava a cantar “Noite Feliz”, quem sabia a letra acompanhava e só mais tarde os presentes eram distribuídos. Depois, uma ceia, também precedida de agradecimentos e uma oração, e a festa que ia até o amanhecer.

No dia seguinte havia um churrasco de ovelha, e apareciam outros membros da família, chegavam para confraternizar. Era um clã numeroso, unido, feliz. Os almoços não tinham fim, o velho gene viking, ou nórdico recessivo, aflorava. Os adultos passavam o dia à mesa, bebendo cerveja, comendo, conversando... Vinha o café... Chegava o jantar e ninguém tinha arredado o pé ainda do lugar. Música contemplando vários gostos, mas imperava o velho nativismo gaúcho.

Bem, como nada dura para sempre, aquela tertúlia familiar também não durou. Estávamos saindo da adolescência quando meus avós morreram... Nunca mais foi a mesma coisa. Tentamos prosseguir com o ritual, mas parece que a essência tinha esvaído... A família foi se distanciando... Depois os meus pais também morreram... Foi então que eu me tornei arredio porque a reunião significava prantear os ausentes, na cabeça de um poeta isso é uma tortura... Olhar aquela mesa na sala, onde várias gerações tinham passado à cabeceira ninguém mais para agradecer o pão em nome de todos, ninguém mais para apaziguar a nossa ansiedade diante da franqueza do bom velhinho que parecia conhecer todas as nossas travessuras, e daquele coração gigante que nos compreendia sempre, desde que prometêssemos não reincidir nos erros... Prometíamos claro, mas sempre fazíamos tudo de novo, e éramos perdoados novamente com a vigilância bondosa e serena do meu avô.

É por isso que o natal me dói... Porque já não posso dizer para aqueles que me amaram, de verdade, que também os amava do meu jeito tímido, como são os poetas!

Cometários:

Gostei muito, uma amiga leu e me enviou também... abraço e feliz natal
Marcos Vasques

Porque o senhor não faz com sua família, um Natal todo seu, como o senhor pensa que deve ser?
Porque o senhor não se torna aquele avô, para agradecer o pão?
Se não há família, existem muitas pessoas que precisam de um "coração gigante".
Feliz Natal!!!
Eu também me lembro dos natais de outrora, com a música da chuva batendo no telhado de zinco... ...... .....
M. Doracy M. Roth






IMPERDÍVEL

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15 dezembro 2008

Mãe é mãe!

Estou impressionado com os comentáios que recebi sobre o post sobre a viagem para levar a minha mãe para a fronteira.
De outras vezes que postei sobre mãe, tive uma resposta siginificativa. Mas o que chama a atenção e que o tema mexe com um monte de gente. Todos tem uma história de mãe para contar e se solidarizam com a situação.
Realmente mãe é o maior barato! Principalmente quando são divertidas e com uma grande vontade de viver como a minha.
Obrigado pela atenção queridos leitores. Começo a viagem daqui a pouco e vou relata-la, na volta, para vocês.
Até...
Canga

Deixo vocês com parte do prefácio escrito por Hélio Pelegrini para o livro “The Supermãe”, de autoria de Ziraldo.

(...) Nascemos prematurados, desequipados, numa inermidade enorme. Costumo dizer que o ser humano tem sempre mãe de menos, na medida que, ao ser dado à luz da realidade, não tem condições de suportá-la. A criança, nos seus primeiros tempos de vida, veste-se de mãe, cria para si, na fantasia, um agasalho de carne, onde se refugia - como num útero. Ela fica, desta forma, fundida à mãe — à supermãe! —, totalmente identificada a ela, num sono e num sonho em que recupera o paraíso perdido: “e que tudo o mais vá para o inferno” . É assim, a partir desses primórdios, que nos acumpliciamos com a supermãe. No princípio, a exigimos, por questão de sobrevivência. Depois, não sabemos abrir mão dela. Por fim, não queremos abrir mão dela. Fruto do desejo da mãe e do filho, a supermãe é criação a dois, exclusiva e excludente. Haja pai, haja terceiro, haja luz e Logos, para resolver a parada. Do contrário, estaremos fritos.

Leia o texto completo. Beba na fonte

14 dezembro 2008

299 prefeitos eleitos correm risco de nem tomar posse

TSE analisa 5.920 processos de cassação, incluindo candidatos a vereador, o dobro do recebido em 2004

"Os critérios mais rígidos para registro de candidatura adotados nas últimas eleições municipais fizeram com que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebesse uma enxurrada de processos de cassação de candidaturas vindos de todos os cantos do País. Levantamento feito pelo Estado mostra que, só na primeira semana de dezembro, 299 prefeitos eleitos tinham seus registros questionados, correndo o risco de não assumir.
O total equivale a 5% dos 5.563 prefeitos eleitos. Mas o índice pode ser ainda maior. É que os casos analisados são apenas os que já chegaram ao TSE em fase de recurso, não contando os que ainda tramitam nos tribunais estaduais e nos juizados dos municípios.
No cômputo geral, dobrou o número de processos de cassação de candidaturas de prefeitos e vereadores que chegou ao TSE. Em 2004, foram apresentados 3.032 pedidos. Neste ano, foram 5.920". Leia matéria completa. Beba na fonte.

A Mãe, o coração e o carro

Caros leitores,
como tenho recebido algumas "reclamações" por estar ausente e ter postado pouco nos últimos dias, me sinto da obrigação de dar algumas explicações por este time.

Bem, vocês lembram da minha mãe? Aquela da qual já falei aqui várias vezes, que tem 87 anos, que tem carteira de motorista e dirige o seu "auto" diariamente em direção ao Uruguai, onde faz suas compras domésticas e passeia. O "pulo" ao país hermano é coisa simples, já que para chegar à Artigas, a cidade uruguaia que faz fronteira com Quaraí, basta vencer os 750 metros da Ponte da Concórdia.
Há tempos atrás contei aqui que minha mãe teve um problema de coração e tive que viajar com urgência para buscá-la em Quaraí. Chegou em Porto Alegre, no Instituto do Coração e tudo foi resolvido rapidamente. Colocou três stents (endopróteses que asseguram o bom fluxo de sangue nas artérias) e quatro dias depois já estava de volta à Quaraí. Trocou de carro na viagem. De um Clio 1.0 passou para um Polo 1.6. Estava turbinada.
Passados seis meses, agora, novo alarme. Internada na Gremeda, clínica uruguaia, teve que vir de ambulância acompanhada com médico até Porto Alegre. O caso era mais grave.
Era!
Reunidos, os médicos do Instituto do Coração, seus amigos, colocaram a situação para ela e para a família: a solução seria uma cirurgia para colocar duas safenas e uma válvula. A família ficou "de cara"! Aos 87 anos essa era uma cirurgia muito violenta. Na conversa os médicos falaram que ela não era obrigada a fazer a cirurgia devido a idade avançada. Só que dali em diante teria que tomar novos cuidados como acompanhamento 24 horas e, aí vem o principal, não poderia mais dirigir.
Foi a pedra de toque para a decisão:

- Estão vou fazer a cirurugia. Ficar sem dirigir, para mim, é perder muita qualidade de vida.

Frente aos filhos estarrecidos com a decisão, a cirurgia foi foi marcada para a manhã seguinte.

- Aproveitem a façam um faxina, já que vão mexer em tudo.
Disse brincando ao se despedir dos médicos. Manteve a moral elevada desde a internação. Sempre otimista e acalmando os filhos dizendo que tudo daria certo.
Na manhã seguinte, quando chegamos, já estava meio sedada. Mas mantinha a conversa em dia. Quando levantou a caminho da sala de cirurugia sentiu uma certa "tonturinha agradável", como descreveu e - para risada geral da preocupada platéia - emendou em seguida:

- Estou no ponto!

Bem, no dia 2 de dezembro fez a tal "faxina". Sucesso! Já está caminhando, não precisa mais tomar aquela quantidade de remédios que tomava e...bem, a cabeça está a mil. Cheia de oxigênio bombado pelo sangue que agora jorra por duas safenas e uma válvula zero quilômetro.

Amanhã saio de Florianópolis para pegá-la em Porto alegre e levá-la para casa. Está com saudades dos vizinhos, das amigas e do "auto". Pelas dúvidas vou com um carro mais velho que o que ela tem. Nunca se sabe quando a Dna. Noé vai querer trocar de "auto".