21 fevereiro 2009

OS NOVOS BEATNIKS

Ou um elogio à liberdade

Por Olsen Jr.

Nos finais e começos de ano, é sempre assim, há um mecanismo inconsciente que faz com que abramos a guarda. De repente ficamos dóceis, ternos, receptivos. É uma constatação que faço e isso nada tem a ver com o cristianismo, apenas com a época, uma vibração diferente. A observação é uma das ferramentas de um escritor, já a sensibilidade para captar a nuance do que é observado pode ser atributo de um poeta. Se você conseguir reunir os dois quesitos em uma pessoa só, melhor. Mas isso ocorre o ano inteiro, então por que lembrar isso apenas agora?

Well, penso que ao afrouxar um pouco o ceticismo contemplativo com que a maioria das pessoas leva a vida, a realidade não parece ser tão soturna como imaginamos quando estamos mais pessimistas que o habitual. Percebi isso agora, vendo aquele grupo. Na verdade acompanho todos eles individualmente andando por aí, a esmo, sem destino e nem objetivos determinados.

Um grupo de pessoas, seis ao todo, lembra aquele livro “Cannery Row”, do John Steinbeck, escrito em 1945 e que integra uma saga do escritor norte-americano que já tinha publicado “Tortilla Flat”, em 1935 e prosseguiu com “Sweet Thursday”, em 1954.

Sim, foi um vislumbre da obra de Steinbeck, dadas as semelhanças, porque aqui na Lagoa da Conceição como lá em Monterey (na Califórnia) estes meio-habitats se parecem. Alguns indivíduos que estão unidos por laços comuns, quer dizer, nenhum deles tem um trabalho fixo, aliás, são os novos beatniks, agora os do século vinte e um. Todos têm certa habilidade em alguma área, seja carpintaria, artesanato, alvenaria e outras ocupações que exijam o emprego das mãos. Só o fazem, entretanto, quando não há mais alternativas para conseguirem o mínimo necessário para levar a vida numa boa.

Na última sexta-feira encontrei-os em um terreno gramado à beira da Lagoa. Na calçada mostravam o trabalho em jóias de arame, prata, bijuterias transformadas em brincos, braceletes, pingentes, camafeus, cordões, prendedores de cabelos, uma variedade de ornamentos capazes de satisfazer qualquer vaidade feminina menos sofisticada, mas de bom gosto para a simplicidade combinando sempre com o velho jeans de guerra. Também, o chimarrão passando de mão em mão enquanto alguém cuidava do fogo, sim, porque havia carne sendo assada, tudo isso ao lado de uma banca de revistas, embaixo de algumas árvores numa manhã de sol claro depois de toda a tragédia que se abateu sobre alguns lugares em Santa Catarina.

Aspirei aquele odor de carne assada, me deu saudades de ver a família reunida, e aquele dolce far niente a que eventualmente dávamos ao luxo de nos entregar. O momento vivido era único. O futuro é um espaço que não existe. Caminho devagar quando passo por eles, também por momentos queria ter a sensação de viver aquela heresia, de não pensar no “depois”... A despreocupação está nos rostos, pelo menos naquela hora.

Que País infernal é esse Brasil, penso.

Registro esse encantamento com a espontaneidade para celebrar a livre escolha, para eternizar a ação de se fazer o que se pode mesmo em uma situação que, muitas vezes, não deveria nem possibilitar esse “poder”: uma escolha apenas, mas vocês que estão chegando agora, que não precisaram viver o que nos foi imposto “como natural” durante o regime militar, leitores, não imaginam o que é viver essa liberdade, o que é desfrutá-la assim, como companheira de viagem, porque se não vamos chegar a lugar nenhum, então ela deve vir junto, afinal, de tudo o que nos podem “tirar” na vida: o vínculo com os nossos pais, o amor que se dizia eterno ou o que conseguimos com o nosso esforço, do homem revoltado às paixões inúteis, é a liberdade o único bem que não suportamos perder na vida... É por isso que todas as ditaduras caem, não importa por quanto tempo dissimulem ficar em pé!

19 fevereiro 2009

Não fique sem assunto

Editora Insular lança campanha de incentivo à leitura

Excelente a nova campanha publicitária desenvolvida pela DBS Multicriação para a Editora Insular. Uma das mais respeitadas editoras do mercado editorial de Santa Catarina, a Insular quer mostrar que a leitura é algo essencial no convívio das pessoas.
A campanha, que apresenta pessoas sem bocas, tem o objetivo de mostrar que a leitura é algo imprescindível para as pessoas adquirirem conhecimento e tornarem-se mais atraentes com um bom papo. “Essa idéia exigia um grande grau de responsabilidade em cima da produção. Era ela quem iria dar vida às peças. E o trabalho de manipulação ficou fantástico. Deu a realidade que as peças precisavam”. Comenta Renato Bittencourt, diretor de arte responsável pelo trabalho. A campanha é composta por banner, cartaz, anúncio e internet.

18 fevereiro 2009

O novo padroeiro




Já estão disponíveis no balcão do Cangablog as medalhinhas com a imagem do novo santo padroeiro do PMDB. São Dimas que, após manifestação do senador Jarbas Vasconcelos, assume o lugar de santo protetor desse pessoal da agremiação.
Foto meramente ilustrativa de como deve ser usado o "mimo". Ou pendurado no pescoço com uma correntinha - sempre de ouro - como pin na lapela ou no nó da gravata. Sempre em um lugar bem visível.

Brasileira que se disse agredida é indiciada na Suíça

JB Online

ZURIQUE - A Procuradoria de Zurique anunciou que vai abrir uma investigação penal contra a brasileira Paula Oliveira, que disse ter sido agredida por três neonazistas. O Ministério Público entende que Paula inventou as agressões. A brasileira saiu ontem à noite do Hospital Universitário de Zurique, onde se recuperava dos ferimentos em todo o corpo. A polícia suíça suspeita que a brasileira teria feito os cortes no corpo e também que não estava grávida de gêmeos na hora do incidente. Um tribunal distrital de Zurique designou um advogado público para defender Paula Oliveira. Ela não poderá deixar o país enquanto durar a investigação. Seu passaporte e seus demais documentos foram bloqueados.

John Lennon, Keith Richards, Eric Clapton and Mitch Mitchel

O paraiso que a Casan quer "melar"


"O repórter-fotográfico J. L. Cibils iniciou um ensaio fotográfico do rio Veríssimo e manguezal do Ratones, integrantes da Estação Ecológica de Carijós. As fotos já alimentam o Banco de Imagens da Folha Press (Folha de São Paulo). Ele cedeu algumas do rio Veríssimo ao Sambaqui na rede. Confira no final a ata da última reunião da Associação de Bairro de Sambaqui (ABS), realizada no último dia 11.2". Veja matéria completa no blog Sambaqui na rede. Beba na fonte.

Justiça Eleitoral volta de férias

De veras interessante a coluna de Lucia Hipolito sobre a cassação do primeiro governador corrupto do país. Luiz Henrique está na fila. Pertence ao partido dos corruptos (PMDB).

A fila recomeçou a andar

Lucia Hipolito

Com a cassação do governador tucano Cassio Cunha Lima (PB), aprovada por unanimidade ontem à noite pelo TSE, a Justiça Eleitoral retoma os julgamentos dos governadores que estão com o mandato pendurado no tribunal. Já não era sem tempo. O próximo da fila é o pedetista Jackon Lago, do Maranhão. Acusado de se beneficiar da distribuição de cestas básicas e kits salva-vidas pelo então governador José Reinaldo Tavares. Seus apoiadores alegam que cassar Jackson Lago é condenar o Maranhão ao atraso. Isso porque a segunda colocada é Roseana Sarney. Faz sentido, mas não se pode manter Jackson Lago no cargo, se o governador for considerado culpado por utilizar os mesmos métodos da família Sarney. Em seguida vem o peemedebista Luiz Henrique da Silveira, de Santa Catarina, acusado de uso indevido dos meios de comunicação, propaganda eleitoral antecipada, abuso de poder político e abuso de poder econômico. Com a tragédia que abateu o estado no final do ano passado, o governador considerou que tinha despertado a comiseração do país todo – e consequentemente a boa vontade da Justiça Eleitoral. Mas será julgado e, se condenado, será inapelavelmente cassado. Matéria completa aqui. Beba na fonte.

17 fevereiro 2009

TSE cassa mandato de governador da Paraíba

Cássio Cunha Lima (PSDB), governador da Paraíba, e José Lacerda Neto (DEM), o vice, devem deixar o governo do estado. O recurso que corria no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para manter os dois no cargo foi negado há pouco pelos ministros do tribunal por unanimidade. Os advogados de defesa pediam, entre outras coisas, que o processo retornasse ao Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB)e que Lacerda Neto tivesse direito de defesa. Cunha Lima foi julgado por abuso de poder político e conduta vedada durante campanha eleitoral em 2006. Ele teria distribuído 35 mil cheques nominais a eleitores por meio de programa assistencial mantido pela Fundação de Ação Comunitária. Leia matéria completa no blog do Noblat. Beba na fonte.

Vale a pena ver de novo

Em breve, reprise no plenário do Senado

Foto publicada agora no blog doRicardo Noblat. Não entendi o sentido. Essa foto da senadora Ideli se beijando com o senador Sarney havia sido publicada no Tijoladas do Mosquito e roda na internet há tempos. Mas que é bonito de ver as "afinidades" que rolam no Congresso Nacional, isso é!

Barbas de molho

Cássio Cunha Lima, governador da Paraíba, e o vice, José Lacerda Neto (DEM), estão sendo julgados neste momento no TSE. Como o governador Luiz Henrique, eles também são acusados de abuso de poder econômico e político durante a campanha de 2006. Se sairem ilesos do julgamento de hoje, ainda ainda correm o risco de perder os mandatos quando a acusação de propaganda eleitoral for levada a plenário.

Tá lá no blog do Claudio Humberto

TSE retoma julgamento de Cunha Lima

Orlando Brito
Foto
Ele pode perder seu mandato hoje
O Tribunal Superior Eleitoral retoma hoje (17) o julgamento de recursos sobre a cassação dos mandatos do governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), e de seu vice, José Lacerda Neto (DEM). No dia 20 de novembro, a Corte votou pela retirada do mandato dos políticos, mas um pedido de vista do ministro Arnaldo Versiani interrompeu a sessão do TSE, que poderia selar de vez o futuro de Cunha Lima. Ele e Lacerda Neto são acusados por abuso de poder econômico e político, além de prática de conduta vedada à agente público, durante as eleições de 2006. Caso o tribunal confirme a decisão que cassou os dois, a liminar que os mantém no cargo será derrubada. E, assim, depois da publicação do acórdão, ambos terão que deixar os cargos.

Pinho Trirradial Moreira quer retratação

Pois parece que o presidente estadual do PMDB catarinense, Eduardo Pinho Moreira, vai pedir retratação ao senador Jarbas Vasconcelos pelas declarações a revista Veja. Acho que Pinho Moreira está mexendo em coisa que pode feder. Afinal ele faz parte da "turma" denunciada por Dejandir Dalpasquale que tomou conta do partido. Segundo Dejandir a "corrupção, no meio político, cada vez é pior. Disse no começo e repito aqui: quem faz a corrupção é o Executivo, que é quem tem a caneta e a mala na mão. E ele é que faz os negócios todos".

Pinho Moreira já colocou o bloco na rua como candidato da agremiação maldita. Envolvido em negociatas suspeitas no governo Paulo Afonso, o agora candidato de LHS ao governo tem muita coisa para explicar. Já montou vários grupos de trabalho e um em especial para cuidar da imprensa. Funcionário aposentado da Celesc anda procurando blogueiros e colunistas com promessas pecuniárias para que fiquem neutros em relação a Pinho Trirradial Moreira.

O Dejandir de Pernambuco

A denúncia do senador pernambucano Jarbas Vasconcelos de que a maior parte do PMDB é corrupta não é novidade para ninguém neste país e principalmente para nós em SC. O desabafo do senador seguiu a mesmo caminho do ex-deputado histórico do PMDB catarinense Dejandir Dalpasquale. No ano passado, Dalpasquale desiludido com a quadrilha que tomou conta do partido não mediu palavras e disse quem a comandava em SC. Em rede estadual de TV, no programa Coversas cruzadas, da TV Com do grupo RBS, Dejandir não deixou pedra sobre pedra.

“A corrupção, no meio político, cada vez é pior. Disse no começo e repito aqui: quem faz a corrupção é o Executivo, que é quem tem a caneta e a mala na mão. E ele é que faz os negócios todos. Como eu falei há pouco: qualquer tipo de acordo que é uma... levando uma vantagem, é uma negociata, é uma corrupção. Citei aqui o caso do Colombo, né, porque, de fato, o Luiz Henrique metia o pau no Jorge Bornhausen, porque era oligarquia e o Colombo metia o pau na descentralização. Que eu concordo. Acho que não descentralizaram a administração, descentralizaram o cabide de emprego. Isso é que foi descentralizado aqui em Santa Catarina. E taí, cada secretaria era negociada com um partido ou com outro. Então, isso pra mim é corrupção. Eu acho que você começa dando exemplo, você que tem um mandato na mão, que tem o poder na mão. Então se nós não mudarmos a cultura brasileira, nós vamos ter muito problema pela frente.”

Com tudo isso dito, nem Luiz Henrique nem ninguém do partido ameaçou processar Dejandir. Por que Será?

Pauta que Pariu

As camisetas do bloco dos jornalistas, o Pauta que Pariu, já estão à venda no Sindicato dos Jornalistas (telefone 3228-2500) ou na Kibelândia (Rua Vitor Meireles), local de concentração e saída dos foliões no sábado de carnaval.
A camisa custa R$ 20,00 e dá direito a carreteiro e a uma cota de latas de cerveja. A concentração começa às 11h30min.
Na terça-feira, haverá um "esquenta do bloco" na Kibe, a partir das 19 horas.

15 fevereiro 2009

JORNALISTAS SE EXPLICAM SEM MUITO CONVENCER

Dois dias após a tremenda barriga sobre a brasileira que se automutilou em Zurique e alegou um ataque de skinheads para simular um aborto, as estrelas da Folha de São Paulo começam a apresentar suas desculpas esfarrapadas. Escreve Clóvis Rossi:

“Três ou quatro coisas que ainda é preciso dizer sobre o caso da brasileira Paula Oliveira, atacada ou automutilada nas imediações de Zurique:
1 - Se aceitei, precipitadamente, a versão dela sobre a agressão foi por absoluta falta de razões para duvidar. Afinal, ela não é clandestina nem tem ficha policial nem antecedentes comprometedores. Para que inventaria a história?”

Puta velha do jornalismo, decano dos cronistas da Folha, pelo jeito em toda sua vida de jornalista Rossi nunca viu ninguém inventando histórias. Até parece que nunca ouviu falar da Escola Base, em 2006, onde a partir de histórias inventadas – por crianças que não tinham razão alguma para inventar histórias – seis profissionais do ensino tiveram de fugir para o interior do Estado para escapar a um linchamento e suas vidas profissionais foram destruídas. O caso aconteceu sob as barbas de Rossi. Leia matéria completa. Beba na fonte.