"Já faz um tempo que, diante de brutalidades do mundo (eu diria que a maioria gratuita), comento, em tom de brincadeira com pais, amigos e com o namorado: “Parem o mundo que eu quero descer!!” Mas dessa vez não é brincadeira, não quero mesmo mais ficar aqui junto com esse bando de boçais. Talvez eu compre um terreno na lua, talvez me mude para uma ilha deserta. O fato é que a vida em sociedade não tem graça se não pudermos exercer um pouco de liberdade Como, em dias de TPM, não vou poder falar algumas palavras mais chulas para aquele carro que passa do meu lado e, do meu ponto de vista, está fazendo barbeiragens??!!? Só xingar, de longe, nada mais. Como assim?? Não tenho mais liberdade para dispensar um cara qualquer que, por mais educado, seja insistente e esteja atrapalhando minha noite de diversão. É, nem isso mais é possível. Na última noite (e rezo para que realmente seja a última) em que estive na Lagoa, famoso local de casas noturnas e bares de Florianópolis, corri um risco grande demais. Ali, naquele momento, senti que dessa vez não é brincadeira: Parem o mundo que eu quero descer!!!
Depois de uma noite alegre estávamos eu e uma amiga, já dentro do carro, nos despedindo de um casal e mais um rapaz que vieram curtir o feriado na Ilha. E de repente, na mais pura forma gratuita de agressão, três ou quatro homens começaram a bater nos dois rapazes que estavam conosco. Não sei exatamente quanto porque tudo passa muito rápido. Tirei o carro do local, caso contrário seríamos mais vítimas. Apesar dos gritos de ajuda, ninguém foi capaz de pegar um telefone e ligar para a polícia. Quando consegui fazer isso, o estrago já tinha sido feito. Pelo retrovisor vi um dos amigos caído no asfalto e um homem correndo atrás do carro. A PM foi rápida, mas infelizmente ninguém viu nada nem anotou a placa do carro onde os “jogadores” entraram. As vítimas, por sorte, vão se recuperar. Mas eu, ainda sonharei com um mundo de paz e bom senso. Enquanto isso, é acordada que tenho pesadelos.
PS: depois que um pouco do nervosismo passou reconhecemos um dos agressores. Por pelo menos três vezes ele quis saber, ainda dentro do bar, se ao íamos para a fila do caixa. Estranhei a atitude extremamente solícita, recusei, agradeci e fiz algum comentário, certamente maldoso, com minha amiga. Descobri depois dessa noite que não tenho mais esse direito. Comentários maldosos podem ter sérias conseqüências. Ainda me pergunto que tipo de ancestral os homens trazem dentro deles. Nos classificados, procuro um anúncio “de outro planeta”...
Marília Prado
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