Da Gazeta de Joinville:
Decisão de mandar móveis para Darci foi em almoço do PSDB
O prefeito Marco Antonio Tebaldi (PSDB) sabia da operação que resultou na entrega de móveis da Prefeitura na Mansão-Comitê do candidato Darci de Matos. O assunto foi tratado em um almoço ocorrido no diretório do PSDB, no dia 23 de junho, em que estavam presentes Marco Tebaldi, Antonio Riva (Presidente da Amae), Cromacio José da Rosa, (Gerente da Secretaria de Saúde), Carlos Roberto Caetano (Presidente do PSDB e chefe de gabinete do prefeito), Wlakiria Lídia Lennert, (secretária executiva do PSDB), e os vereadores do partido, Marco Aurélio Marcucci, Mauricio Peixer e Luiz Bini. Além de se preocupar em dar mais requinte e funcionalidade ao comitê-mansão de Darci, a reunião/almoço tinha como objetivo tentar convencer os vereadores tucanos a aceitar uma coligação com o partido do pastor Giovanni Gonçalves (PTB) tendo este como candidato.
Essa revelação é de Antonio Fernandes Nandi, o homem que denunciou o desvio de móveis da Prefeitura para o comitê de Darci de Matos. Nandi participou da reunião a convite do vereador Luiz Bini e de Antonio Riva: “Eu encontrei eles no Mercado Municipal. A gente tava batendo um papo e eles me convidaram para almoçar”, explicou. Acomodado dentro do ninho tucano, Antonio Nandi, ouviu Carlos Caetano, na frente de todos os presentes, questionar a gerente da Unidade Administrativa da Secretária de Educação Wlakiria Lennert quando os móveis seriam entregues para Darci. Intrigado com o que ouviu, Antonio Nandi saiu do almoço e foi até o comitê eleitoral de Darci de Matos. Permaneceu lá até o final do dia e nada constatou. Na manhã do dia seguinte, dia 22, ele foi novamente até o local, e por volta das 10 horas testemunhou a chegada dos móveis em um caminhão contratado pela Prefeitura.
“A gente tá bem pertinho. Vê o que vai fazer, você pode se arrepender”
O funcionário público Antonio Fernando Nandi revelou também após a publicação das denúncias ele foi procurado por uma pessoa que se identificou como Iran, funcionário da Vigilância Sanitária. Segundo ele, Iran se apresentou como intermediário de Darci de Matos e de Marco Antonio Tebaldi e ofereceu dinheiro para que ele deixasse a cidade.
Nesta semana, Antonio Nandi não atendia o telefone e nem retornava as ligações. Somente depois de muito tempo ele voltou a manter contato. “Dormi em um hotel, estava com medo de voltar pra casa. Estava com medo”. Diz se referindo a pressão que vem sofrendo. Seu temor aumentou quando na noite do dia 1º deste mês foi abordado na Rua Jerônimo Coelho, no Centro, por quatro homens que desceram de um Vectra com placa de São Paulo.
Nandi relata que eles o empurraram contra um muro, revistaram seus bolsos, mas devolveram a carteira com seus documentos pessoais. Em sua opinião, os homens com aparência de seguranças, usando ternos, procuravam algum documento, algo comprometedor. Tomaram seu celular e saíram ameaçando: “Você sabe o que está acontecendo. A gente ta bem pertinho, vê o que vai fazer, você pode se arrepender”. Temendo pela própria vida, Antonio Nandi resolveu contar tudo que sabia. Antônio Fernando Nandi declarou tudo sabendo que estava sendo gravado e se comprometeu em repetir tudo para o Ministério Público.
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