22 julho 2008

Marginais no trânsito

Recebo e-mail de turista indignado com o tratamento "traiçoeiro" da PM catarinense.

"Minha mulher e eu decidimos visitar familiares em Joinville em abril p.passado. Entramos no carro VW/Gol de placas INI 6247/RS, amarramo-nos nos chamados cintos de segurança e rumamos em direção ao litoral norte catarinense. Enfrentar o percurso da BR-101, entre Osório e Florianópolis, é um verdadeiro ato de coragem, pois é um salve-se quem puder. Se vivessemos num país sério, civilizado, bem que caberia uma ação na Justiça por danos emocionais e morais, mas como estamos no Brasilzão, chegar ao destino com vida já é lucro.

Além de revermos os familiares, rodamos por diversos locais da região, inclusive em território paranaense e, quando retornávamos ao RS, fizemos a bobagem de conhecer Piçarras, com seus vistosos edifícios. Lá pelas tantas, ao nos deslocarmos para a via quase deserta que fica à beira-mar, na ausência de um sinal indicativo, lamentavelmente, entramos na contra-mão, mas logo demo-nos conta do ocorrido e providenciamos no retorno, sem qualquer transtorno ao trânsito. Eis que, nesse meio tempo, passa por nós um carro com dois PMs de fisionomias nada simpáticas, aos quais nos apressamos em pedir desculpas, reconhecendo nossa falha involuntária. Eles prosseguiram, não nos identificaram e logo a seguir retornamos à BR-101, com destino ao Sul, achando que o ocorrido era assunto superado. Puro engano. Não demorou muito, chegou ao nosso endereço em Santa Maria uma multa por falta gravíssima, cometida em 25.04.2008, com 7 pontos na carteira, emitida por um Delegado de Polícia do referido Balneário. Resumindo: fomos tratados como marginais do trânsito e não como viajantes e/ou turistas responsáveis.

É claro, não vamos recorrer, pois sabemos perfeitamente que é pura perda de tempo. Vamos pagar a multa no vencimento, até porque achamos que a Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina está precisando de recursos para melhorar seus serviços. Resta-nos, pois, protestar junto ao Contran, em Brasília; ao Detran/RS, que é o cobrador da multa e enviar também cópia desta manifestação ao governador catarinense, Luiz Henrique da Silveira e à governadora gaúcha, Yeda Crusius, na esperança de que um dia os serviços de trânsito no país sejam tratados pelas autoridades de maneira efetivamente equilibrada, civilizada.

O signatário faz questão de registrar, por fim, que dirige há mais de cinqüenta (50) anos e tem viajado bastante pelo país ao longo do tempo, praticando sempre a direção defensiva e talvez por isso ainda esteja vivo. Nunca cometeu qualquer acidente de trânsito, é defensor intransigente do Código de Trânsito Brasileiro e da lei recente que estabelece “tolerância zero” em relação a bebidas alcoólicas e à direção veicular.

Enquanto isso, ele e sua mulher são enquadrados na vala comum do caótico trânsito brasileiro. Haja paciência"!
Ari Quadros
E-mail:
ari.quadros@bol.com.br

Um comentário:

  1. Queria o que o cara pálida? Entra na contra mão e ainda quer ter razão? E se esse gaúcho, "sem querer", matasse alguém nessa entrada de contra mão? Sinceramente..

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