09 março 2009

STALIN, O ETERNO

Por Janer Cristaldo

Stalinismo, para mim, é um fenômeno eterno. Josiph Vissarionovitch Djugatchivili é apenas uma de suas manifestações, certamente a mais bem sucedida. Por stalinismo entendo aquele desejo de poder absoluto, que não admite contestações. Uma visão de mundo inflexível, que não dá lugar a nenhuma outra. Neste sentido, a meu ver, o primeiro stalinista da História foi Paulo. Exato, aquele de Tarso, em verdade o criador do cristianismo. Cristo morreu como uma mosca tonta, sem saber muito bem o que estava acontecendo. É Paulo, com sua visão de mundo inflexível e intolerante, com suas viagens para a difusão da nova doutrina, quem de fato cria o cristianismo. Que melhor seria entendido se fosse chamado de paulismo. Sem Paulo, as palavras do Cristo sequer teriam atravessado o Jordão.

Stalin matou com gosto e quanto mais matava mais admirado e poderoso se tornava. (Paulo, para felicidade de seus contemporâneos, jamais teve o poder em suas mãos). Seu mínimo desejo era uma ordem. Foi endeusado por boa parte dos escritores do século passado e, mesmo após a revelação de todos seus crimes – coisa de 20 milhões de cadáveres – ainda hoje há quem o venere. Sem ir mais longe, ficando cá entre nós, sumidades como Oscar Niemeyer e Ariano Suassuna. A lista de intelectuais que o incensaram demandaria páginas e páginas. Alguns nomes, entre milhares: Nikos Kazantzakis, André Gide, Bertold Brecht, Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Annie Kriegel, Louis Aragon, Henry Barbusse, Romain Rolland, Heinrich Mann, Paul Eluard, Vaillant-Couturier, Roger Garaudy, Henri Léfebvre, Rafael Alberti. Na América Latina, sem querer esticar muito a relação: Pablo Neruda, Otávio Paz, Jorge Amado e Graciliano Ramos.
Leia mais. Beba na fonte.

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