25 abril 2008

Jê, invadiram a tua praia...

Pois é, alguns diriam, fatalistas: é o fim de tudo! Outros podem argumentar que é, na verdade, apenas o começo de uma nova era, de gente que pelo menos finge ser elegante, fina e sincera.
Já haviam me dito que a praia do Campeche, especificamente o Riozinho, tinha virado point da galera "esperta" de floripa. Mas me asssutei com a foto abaixo.
Eu nao sei se é fim ou começo, mas acho uma pena. As lembranças que tenho de tenra idade, puxando rede na época da tainha com os pescadores no Riozinho, só nós as crianças e os discípulos do "Seu Chico", são coisas do passado distante e que não cabem mais na nova Floripa. Fica um gosto estranho de nostalgia melancólica (se isso já nao for um pleonasmo), de que nunca mais vou viver algo tão calmo e honesto como aquelas manhãs de sol com gosto de sal e cheiro de peixe no meu querido Campeche.
Ainda ontem eu surfava com meus amigos por ali sem avistar ninguém na praia. Hoje imagino que na areia eu nao queira deitar, nem no mar eu vá querer entrar. A urbe descontrolada escolheu seu próximo ponto de destruição, e não me engano: é ponto sem retorno.

Jerônimo Rubim (Altea, Espanha)
O post abaixo li num blog de alguém de SP ( eu acho).
Achei genial o P.S.

A última do RiozinhoEnquanto os endinheirados paulistanos exibem carros e modelos no Jurerê Internacional e outros 500 mil veranistas enfrentam o circuito Praia Mole-Lagoa da Conceição, um pedacinho da Praia do Campeche conquista Florianópolis pelo meio-termo.
O Riozinho é um trecho de pouco mais de 300 metros da extensa Praia do Campeche, à esquerda de quem chega pela Avenida Pequeno Príncipe. Trata-se de um antigo fornecedor de ondas para os surfistas das seis da manhã, que agora bomba entre os kitesurfistas e os dissidentes da Praia Mole. E entre todo mundo que não quer pagar o mico de enfrentar trânsito para pegar praia.
No começo, fica difícil entender porque estacionar em um trecho tão cheio, enxergando os guarda-sóis solitários que pontuam os 3,5 quilômetros de areia branca do Campeche. Depois de uma tarde de sol, você entende. Ali tem gente bonita, sem a afetação do Jurerê. Tem gente bronzeada, sem a afobação da Praia Mole. Se quiser referência, imagine o clima “A Ipanema de Floripa é aqui”. Meninos em pé do lado direito, meninas tatuadas tomando sol no lado oposto. O tio do mate (com sotaque de manezinho), passando vez ou outra.
Se a Praia Mole tem barras de ferro, o Riozinho tem uma academia há menos de 100 metros de distância. Uma facilidade para os jogadores de frescobol que desde a Praia Mole preocupam-se em ressaltar as coxas bem torneadas (outro truque praticado desde a década de 90 é afundar o pé na areia, mas a gente continua fingindo que não sabe como as pernas dos meninos parecem ser tãããão fortes).
O Jurerê tem o Cafe de La Musique? O Riozinho também tem seu bar de praia. Este ano, a família resolveu dar um tapa no visual, inspirada nos primos ricos do norte. O bar ganhou lounge com espreguiçadeiras de madeira rústico-moderninhas e sushis de bandeja, no cardápio de açaí e empanadas. De resto, não mudou muita coisa. É lugar simples, boteco com mesa de plástico sobre o gramado, para tomar cerveja gelada sem drama.
Entenda: não é questão de comparação ou preconceito. A gente também comentou os bafos do lado de lá da ilha. Também dançou com o dj Paul Van Dyk no El Divino. Também fez jantares românticos no Thai. Também flanou pela noite da Lagoa. Mas é sempre bom lembrar que Floripa tem mil ilhas. E que no próximo verão, os ricaços do Jurerê escolherão outra praia in-crí-vel. E que você também poderá encontrar a sua.
Que seja com luz. E sem trânsito.
Ps. Com a pane do verão, novos adesivos surgem nos carros catarinenses: ‘Turista, obrigado por ter vindo. Mas não se esqueça de ir embora’.
Postado por Cris Capuano, em tensão pré-segunda e depressão pós-praia

2 comentários:

  1. Ê, gauchada! Jurerê Internacional tem milionário paulistano, assaltantes gaúchos foragidos, traficantes colombianos e outros ricaços. Se tivesse só milionário gaúcho, os gaudérios iriam dizer que aquele é o melhor lugar do mundo! Pára com a xenofobia, tchê!

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  2. Uma bosta isso!!
    Riozinho...era um paraíso... agora está virando um inferno!!
    VÃO PARA A PRAIA MOLE.........porra!

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