Sobre o escândalo do livro A Descentralização no Banco dos Réus o que mais chama a atenção é o pessoal do governo repetindo o tempo todo na imprensa que não existem provas sobre a relação incestuosa do governo Luiz Henrique com a revista Metrópole. Se eles não sabem eu explico: as provas estão nos autos do processo de cassação de LHS no Tribunal Superior Eleitoral. Só um bruto não vê. O TSE tem mais de 100 notas fiscais de empresas estatais (Casan, Codesc, Celesc), prefeituras e empresas ligadas ao governo que comprovam pagamentos e relações comerciais com a revista. Visto isso é só ligar "lé com lé e qué com qué" para saber como se comportaram os arautos da honradez. Outro fato interessante é o coro que a grande imprensa faz do que falam os porta-vozes do governo. Sabe dos fatos e escamoteia, sempre procurando a versão oficial. É infinitamente desproporcional o espaço que a mídia "oficialesca" dá ao governo para se defender. No auge da votação do processo no TSE (3 x 0), o Diário Catarinense chegou a publicar uma página inteira, como foto, sobre o ex-ministro do TSE e novo advogado de LHS, Eduardo Alckmin. Só não disseram quanto Alckmin cobraria do governador. Provavelmente mais uns cinco carros da Dna. Ivete. Fizeram um carnaval incrível em cima do advogado, valorizando um fato secundário em detrimento do principal. Empolgados, advogados governistas comentaram que o novo jurista "faria uma defesa jamais vista no Brasil". Quanta bobagem! O processo continua e cada vez mais quente.
O furo do Moacir Pereira
Outro fato interessante aconteceu esta semana. O jornalista da RBS, Moacir Pereira, acabou publicando em seu blog uma informação que teria sido passada em off (segredo não publicável no jargão jornalístico) pelo advogado Gley Sagaz. A informação foi passada na presença de Moacir Pereira e do jornalista Paulo Alceu. Paulo Alceu disse que perguntou duas vezes se poderia publicar a informação e Gley Sagaz teria dito que não, que era em off. Moacir Pereira disse que não entendeu direito e acabou dando a notícia. Nos meios blogueiros o comentário é que Moacir feriu um dos pricípios do jornalismo que é preservar a fonte e respeitar o off. Tudo isso faria parte de uma estratégia da imprensa "oficialesca" para defender o governo e bater na velha tecla de que tudo que está acontecendo é uma "tramóia" da oposição. Para o advogado Gley Sagaz, a publicação de nota no blog de Moacir Pereira teria sido uma tentativa de "incluir Esperidião Amin nesse esgoto". Eu não acredito!
06 junho 2008
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