“Esse é o maior ato de corrupção que Santa Catarina já viu em todos os tempos” – a constatação é do deputado Jaime Pasqualini (PP) ao levar hoje, à tribuna da Assembléia Legislativa, as graves denúncias envolvendo altas autoridades do Executivo Estadual num escândalo que foi parar na Polícia e que pode virar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), caso as oposições consigam os 14 votos necessário em um parlamento onde os governistas têm a maioria. Trata-se de um “livro-dossiê” publicado pelo empresário Ivonei Raul da Silva (“Nei” Silva), sócio da revista “Metrópole” que denuncia verdadeiras negociatas que teria supostamente realizado com as autoridades e empresários visando a divulgação do “Projeto Descentralização” do Governo, a um custo de R$ 500 mil. Vale lembrar que a referida revista está na base das denúncias de abuso econômico na campanha do atual governador, que gerou um processo pela sua cassação que atualmente tramita no Tribunal Superior Eleitoral. O empresário, que se diz revoltado por não ter recebido o dinheiro prometido pelo seu trabalho, foi preso pela Polícia catarinense sob acusação de “extorsão”, porque teria exigido uma importância em dinheiro para não divulgar ao livro.
“A mácula e ilegitimidade deste governo que aí está a cada dia se comprova, porque a vitória se deu através da fraude, do conluio e da corrupção”, disse Pasqualini, referindo-se à polêmica em torno da publicidade que, conforme o relator do processo do governador no TSE, tratou-se de autopromoção do então candidato e hoje governador. Em 2006 o governador precisava “se reeleger a qualquer custo e precisava mostrar para Santa Catarina que a descentralização deu certo e então recorreu ao Nei Silva. Então o governador contratou, mesmo verbalmente, para que a Metrópole divulgasse pesquisas não registradas, montasse out-doors, e orientou seus secretários de estado, assessores, para que levantassem os recursos para a publicação. E deu certo: ele se elegeu com grande número de votos”, contou Pasqualini seguindo o roteiro do livro-dossiê.
Para Pasqualini, a prisão de Nei Silva “foi uma injustiça: ele fez um serviço, e foi cobrar o que lhe deviam. Na verdade não se trata de extorsão, e sim de corrupção. Como se pode falar em extorsão se o livro já estava publicado e do conhecimento inclusive da imprensa de Santa Catarina. Há uma semana?”, atacou o deputado progressista. No final do seu pronunciamento, Pasqualini pediu o apoio dos demais deputados para criar a CPI. “Santa Catarina está estarrecida com as denúncias de negociata e precisa de respostas urgentes”, concluiu.
Por sua vez, o líder do bloco parlamentar PP/PV, deputado Silvio Dreveck, disse que “não há como silenciar diante de fatos gravíssimos como esses”. Para ele, há vários caminhos para se apurar os fatos, sendo que a Polícia já foi acionada, e há o Ministério Público. “Mas há também o nosso Parlamento, que tem obrigação de investigar esse caso lamentável”.
03 junho 2008
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