16 janeiro 2009

Quem mata um é assassino, quem mata milhões é conquistador, quem mata todos é Deus

De Janer Cristaldo respondendo a um dos leitores do seu blog:

"Meu caro Fernando: Não tenho preconceitos. Preconceito não é falta de inteligência, como você o define. Preconceito é fazer juízos a respeito do que não se conhece. Eu não faço juízos a respeito do que não conheço. Só os faço sobre o que eu conheço. Não tenho preconceitos. Tenho pós-conceitos. É diferente. Preconceito, por exemplo, é chamar de abominável o Homem das Neves, que afinal de contas ninguém ainda viu de perto. Por que então abominável? Não interpreto a Bíblia. Nunca interpretei. Deixo isso para os teólogos. Eu a exponho como ela é. Muitas vezes, publico capítulos inteiros da Bíblia sem fazer um único comentário. Se isto choca, o que choca é o texto bíblico, não o cronista. Não tenho responsabilidade alguma nos massacres provocados por Jeová e muito menos nos massacres que Jeová autoriza ao Povo Eleito executar. "Você ofende o Deus que bem ou mal guia a vida de milhões". Eu não ofendo Deus nenhum. Para começar, Deus não existe. Impossível ofender o que não existe. Me reservo no entanto o direito de tecer comentários àquele deus proposto pela Bíblia. Eu o comento como personagem literário, assim como comentaria o Quixote ou Pantagruel. Por esse personagem, não tenho nenhum respeito. Leia mais. Beba na fonte.

Um comentário:

  1. Se Deus não existe, Deus não mata ninguém. Se o homem mata em nome de Deus (qual nome se lhe dêem as culturas), o homem é quem mata e não Deus. Se o deus de Cristaldo equivale a Pantagruel, Quixote ou o Homem das Neves, é, como o próprio disse, MERO personagem literário e assim deve ser tratado. O problema do ateísmo militante é se preocupar demais com Deus, afinal, Ele não existe não é mesmo Canga. Eu prefiro a aposta de Pascal: pra quem não acreditava Nele e Ele não existe, a morte não muda nada. Se Ele existe e não vivi nos preceitos comuns a todas as religiões - amor e respeito(a busca de Deus é primordial e comum ao homem mais remoto - Foustel de Coulange), resta esperar que sua generosa bondade releve as sacanagens cometidas contra e em Seu nome e permita meu nome pecador na listagem dos que curtirão uma paradisíaca vida eterna junto aos que se foram antes, apressados, deixando saudade.

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