01 abril 2008

Imprensa imparcial

Queridos "comentaristas", a partir do comentário do amigo "anônimo" falando sobre a parcialidade da Veja que teve várias respostas e contestações, fiquei pensando sobre a tal imparcialidade da imprensa. Isso não existe. Quem acha que existe imprensa imparcial tem alguma dose ingenuidade nas véias. Acredito que quem acredita em imparcialidade e torce por isso sejam pessoas bem intencionadas que esperam ser informadas sobre a realidade das coisas. Sobre a verdade absoluta...que não existe. Existe a verdade de cada um. Cada fato é visto de forma diferente por cada pessoa. Daí vem a máxima dos cínicos de que "em jornalismo o que importa não é o fato mas sim a versão". Discordo totalmente disso mas essa é a realidade. A minha experiência como dono de jornais (tive cinco alternativos, agora com este blog, seis) me mostrou isso. Nunca consegui esquentar banco em jornais com patrão. Toda a vez que, como editor ou repórter, tive que engolir sapo, engolia um, no segundo sartava fora.
O dono do jornal, rádio ou TV é o dono da verdade. Mais ou menos como aquela música do Chico "O Dono da voz" sobre as gravadoras. A verdade da grande imprensa é regulada pela carteira comercial. E isso é com todos. Com Veja, Folha, Estadão, Caros Amigos, Rede Globo, etc...
Não me venham com discursos de imprensa independente quando esta imprensa depende do comercial. Isso é mais velho que as cobras!
Muitas vezes, quando trabalhava em jornais com patrão, fui cobrado e chamado de direita, ou de vermelhinho porque a entrevista que fiz saiu truncada, teve parte subtraidas ou foi deliberadamente distorcida pelo editor. O repórter não é dono do jornal, o editor se acha meio dono e atende aos anseios ideológicos do patrão, senão...rua!
Então nunca culpem o repórter. Ele apenas "reporta" o que viu na rua e as vezes dentro de uma visão destorcida. Depois vem o editor e depois vem a direção do jornal ou seja...jornal e lingüiça nunca se sabe como se faz. Por isso sempre tive meus jornais para não atender às aspirações ideológicas dos patrões. Agora só atendo às minhas!
Comentaristas, mandem seus e-mails para que possa me comunicar com vocês.

2 comentários:

  1. É por isso que "ética jornalística", ao menos no que se refere à grande imprensa, é um grande oxímoro ...

    Carlos

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  2. Oxímoro ou oximoro é uma figura de linguagem que harmoniza dois conceitos opostos numa só expressão, formando assim um terceiro conceito que dependerá da interpretação do leitor.

    Dado que o sentido literal de um oximoro (por exemplo, um instante eterno) é absurdo, força-se ao leitor a procurar um sentido metafórico (neste caso: um instante que, pela intensidade do vivido durante o mesmo, faz perder o sentido do tempo). O recurso a esta figura retórica é muito frequente na poesia mística e na poesia amorosa, por considerar-se que a experiência de Deus ou do amor transcende todas as antinomias mundanas.

    Leitor, para deixar mais fácil:O contrário de oximoro é pleonasmo.

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