02 abril 2008

O mundo da tipografia


Quando eu tinha por volta de 13 anos de idade, meu pai foi à cidade de Bagé (RS) e comprou duas tipografias. Acho que uma se chamava Tipografia Setúba, da outra não lembro o nome. Quando chegaram os caminhões e começaram a descarregar aquela "babilônia" de caixas de tipos, cavaletes, galenas, impressoras e mais um monte de equipamentos em casa, duas caixas em especial me chamaram a atenção e aguçaram a minha curiosidade. Levei três dias rodeando as caixas mas sem permissão para abrí-las. Mas valeu a expectativa. Uma grande quadrada, cerca de 10 cm de altura, quando aberta me descortinou o mundo das letras. Eram tipos (letras) dourados gigantes (5 X 5 cm) de bronze com o alfabeto em Time New Roman. A outra caixa, mais comprida escondia outro tesouro: cantoneiras de antimônio e chumbo que era material usado para fazer as "letras" tipográficas. Cantoneira de todo o tipo (como estas da foto abaixo), com flores, arabescos, desenhos extremamente delicados.
Fiquei encantado e a partir daquele dia abandonei meu curso por correspondência de desenho e pintura artística do Instituto Universal Brasileiro, abandonei meu laboratório de galenas (rádio) e me dediquei a arte da tipografia. Pequeno, andava como rato entre as caixas bisbilhotando tudo e a cada momento descobrindo coisas novas. Entre outras preciosidades encontrei vários clichês das armas da República. Comecei a montar, então, uma chapa (reunião de letras, espaços, fios entrelinhas e clichês). Reunindo tudo em um componedor. No caso, usei o brasão da República. Resolvi copiar uma carteira de motorista, daquelas amarelas. Foi a minha estréia no ramo da...tipografia. Montei a chapa, coloquei na "rama" e calcei numa impressora manual (tínhamos várias, de vários tamanhos). A impressão ficou ótima e me achei tipógrafo na hora. Estava perfeita. Agora vinha a outra parte: a busca de mercado. Bem, essa segunda parte, um pouco mais complicada, conto outra hora.

Um comentário:

  1. SUJESTAO DE PRESERVAÇAO DA HISTÓRIA DA IMPRENSA CATARINENSE.

    Canga, nao sei se ainda existe ou virou museu ou se esta em uso, mas, lá na grafica da ufsc, me lembro de quando era guri, em uma da quelas visitas escolares que se faz pra conhecer outros lugares, me deparei com um funcionario trabalhando muito concentrado em uma maquina igualzinha a esta ai de cima que vc esta retratando nesta figura.
    É muito interesante o trabalho desenvolvido por este fazedor de palavras.
    E aqui fica a pergunta, o que foi feito da quela ROTATIVA Americana e antiga lá do jornal O Estado?, bem que o Moa poderia pedir para os Hoepcke, aquele Maquinario e deixar em esposiçao na A.B.I como um marco da nossa Imprensa Catarinense.
    Um maquinario dqueles que deve estar jogado as traças, sem uso e que contou tantas histórias de nosso Estado, acho que nao deveria ficar sem um espaço que simbolize nossa história.
    Mais uma vez na história Catarinense, a familia Hoepcke tem uma participaçao fundamental na preservaçao da cultura e história, por isto é fundamental a A.B.I. e o S.J.S.C. se unirem pela preservaçao de nosso passado,
    pois sao as entidades de classe que nos representam.

    J.L.CIBILS
    FOTOJORNALISTA

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