04 setembro 2008

Papo rápido com Serys Slhessarenko

Do blog do Noblat:

"Fiquei apavorada. Pensei que o pior fosse acontecer"

- Já está tudo bem, senadora? A senhora já saiu de Comodoro (município de Mato Grosso a 670km de Cuiabá)?

- Agora sim, graças a Deus. Mas ainda não saí, não. Ainda estou aqui, num lugar seguro. Mas não posso identificar o lugar exato porque a Polícia Federal acha muito arriscado dizer onde estou porque os bandidos ainda não foram capturados.

- O que de fato aconteceu?

- Estava no centro da cidade, próxima a uma agência do Banco do Brasil quando chegaram oito bandidos – quatro com capuz e quatro sem. Então, quatro deles foram vistos. Todos com metralhadoras. Chegaram rendendo os policiais e dando tiro. Nunca pensei que veria tanto tiro. Nem em filme você vê o que eu vi hoje.

- Então a senhora viu a cara dos bandidos?

- Não consegui identificá-los. Fiquei muito apavorada. Todo mundo começou a correr, se jogar no chão. Pensei no pior. Pensei que tinha muita gente morta. Era tiro para todo lado. Um som ensurdecedor.

- Como a senhora fugiu do local?

- Quando os tiros começaram, um assessor me jogou no chão, depois me levou para trás de um carro. Até que conseguiram me colocar dentro de um banheiro muito pequeno, de um ponto de táxi próximo. Tentaram me tirar de lá quatro vezes, mas cada vez que eu tentava sair era uma saraivada de tiros. Fiquei vinte minutos lá dentro apertada com algumas pessoas ouvindo os tiros. Até que conseguimos sair e fugir na minha caminhonete.

- Na hora a senhora pensou que a confusão estivesse relacionada com a campanha [Serys estava em Comodoro fazendo campanha para o candidato à prefeito do PT, Marcelo Beduschi]?

- Não. Não foi crime político, não. Era um grupo de bandidos bem organizados. Queriam roubar o banco. Acho que não conseguiram. Tentaram ir atrás do gerente e metralharam a agência toda. Fiquei sabendo há pouco que eles fugiram em duas carros. Um da polícia. E depois deixaram um dos carros queimado no meio da estrada e fugiram no da polícia.

- A senhora continuará percorrendo o interior do Estado depois desse susto?

- Vou, sim. Foi um fato pontual. Mas vou conversar com o ministro Tarso Genro (Justiça). Esses municípios perto de fronteira (Comodoro fica a 100km da Bolívia) precisam de mais segurança. Suspeito que os bandidos possam ter vindo de outros estados, ou de outro país.

Um comentário:

  1. A "zelite" estão sentindo o mínimo que o povão do morro vive todo dia neste Brasil pré-sal! Tanto no Rio, São Paulo, Fpólis ou São José. Tá tudo dominado... por corrupção e seus derivados (violência).

    - Damião: qual uma fonte boa para sabermos notícias políticas de São José? Não encontro minha querida cidade no notíciário... Você tem alguma dica?

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