03 outubro 2008

O Betinho apagou

Não lembro direito em que ano trabalhei no Diário Catarinense e de repente o Betinho Hirtz pintou. Passei por lá cinco vezes. O DC ainda estava cheio de gaúcho fresquinho (no sentido orgânico) da Zero Hora. O editor chefe Armando Burd resolveu tirar da editoria de geral as notícias de polícia e criar uma editoria específica. Me convocou e assumi a editoria. Logo enseguida apareceu no DC uma trinca de "figuras" importadas de Portalegre. O Vilmo, o Betinho e o Siri. Bem, esse povo causou frisson na redação. Os "fresquinhos" de Portinho conheciam as figuras. Alguns diziam que foram "colaboracionistas" no período da ditadura na capital gaúcha. Tipo dedo-duro. A postura deles era de policiais. O Armando Burd me pediu para treinar o Betinho nas "lides" da edição e nos terminais de informática. O cara rapidamente pegou o lance e assumiu a editoria. Como conhecia polícia ficou como porco no barro. Vagabundo é vagabundo e tem que ser tripudiado. Criou um lance que chamava de "galeria dos horrores", uma parede cheia de fotos de pessoas mortas e ensanguentadas. Com o Vilmo e o Siri não trancei relação. Só que o Betinho, embora usasse um 38 na capanga, era diferente dos parceiros da trinca. Acabei gostando dele, achando o cara tipo "ponta firme", como eu me acho. Não furo. Não boto ovo no mato. Convivemos pouco, mas um dia tive um lance enviezado na minha vida e precisei de alguem que transitasse no universo dos "ratos". O Betinho careta, rato, reacionário não questionou: resolveu. Era meu amigo. Sem preconceitos. Soube há pouco que morreu hoje. Morreu acabou. Fica na lembrança dos amigos. Bye Betinho.

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