26 novembro 2008

Bagunça nos RG’s pode levar a rombo de R$ 15 bi na previdência

“Com um cadastramento nacional de identidades descobriremos um rombo de R$ 10 a 15 bilhões na Previdência Social. São pessoas que recebem mais de uma aposentadoria usando nomes diferentes”. A afirmação é do deputado federal paulista, Willian Woo (PSDB). Woo que também é policial civil, disse hoje (24) no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, que não há integração entre os institutos de identificação brasileiros. Segundo ele, quando tiramos a impressão digital para a identidade, os originais ficam arquivados em papel, no estado de origem. Além disso, segundo ele, é possível tirar identidades diferentes, com outros nomes, em diversos estados. “Se a pessoa agir de má fé, como o crime organizado, e tirar uma identidade em São Paulo com o nome de João Pedro, e outra em Minas Gerais com o nome de Carlos Marcelo, não dá para saber. Um estado não se comunica com outro”, alerta Woo. O deputado afirmou que existe uma lei aprovada em 1997 que obriga o governo a fazer uma identidade única, porém, não vem sendo cumprida. “O governo não cumpre a lei, sempre com a motivação que não tem verba, apesar de que só eu já direcionei R$ 200 milhões para isso” diz.

Fraude na previdência

Os dados alarmantes apresentados pelo deputado apontam que a desorganização do governo pode alimentar uma imensa quadrilha na previdência social. “Há comprovação de que se começarmos organizando as identidades dos 23 milhões de aposentados descobriremos um rombo de R$ 10 a 15 bilhões em fraudes na previdência. São pessoas que recebem mais de uma aposentadoria com diversos nomes”, disse Woo.

Crime organizado, estado desorganizado

Enquanto o crime é chamado de “organizado”, o estado continua bagunçado. Pelo menos na questão da identificação dos brasileiros. Com a falta de comunicação entre os estados brasileiros, hoje é comum uma pessoa ter várias carteiras de identidade, com números e até nomes diferentes.“Hoje quando achamos marcas digitais num local de crime, dificilmente conseguimos achar ou chegar ao proprietário das digitais, porque o trabalho é manual. Imagine em São Paulo, que são mais de 40 milhões de digitais”, diz Woo.

Dois locais de nascimento

Um dos casos de dupla identidade é o do radialista Alberto Gouveia Gebailli. Além de dois RG’s, Gebailli tem municípios de nascimento diferentes. O radialista trabalha em Joinville – SC, mas pode escolher o local de nascimento. Em uma das identidades consta como nascimento a cidade portuária de Santos, e em outra consta como se tivesse nascido em Santópolis, também em São Paulo. Ricardo Wegrzynovski (Brasília)

Um comentário:

  1. realmente é complicado, se um deputado que é policial civil está propondo e alertado sobre as fraudes, os govrnantes deveriam ouvir. Mas pelo jeito, só o Canga que tá tentnado fazer alguma coisa. O deputado deveria ser ouvido e falar para mais lugares sobre a fraude na previdencia. E nós aposentandos, que temos só uma identidade, que somos só uma pessoa e séria, ficamos amargando os baixos salários. Enquanto espertalhões levam o bolo do dinheiro para casa. Esperamos que teu blog chegue para mais gente, que a denúncia ganhe fôlego. Abraço Canga. Rodolfo Carvalho, Norte da Ilha.

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