07 março 2008

Luz sobre o conflito

Recebo agora de um amigo jornalista de Brasília o seguinte post:

Canga, seguem duas notas que jogam um pouco mais de luz na questão do ataque às Farc, suas causas e conseqüência. A reação do Brasil e do conjunto dos países da América do Sul, além da posição da OEA, isolaram Uribe, Bush e Chávez, pois, como se diz "o furo é mais embaixo", isto é, o problema tem outros aspectos além da superficialidade das notícias e opiniões que se limitam à condenar guerrilheiros, terroristas, Cháves, Correa e qualquer esquerdista que aparecer pela frente.
O importante, ou a lição que se pode tirar de todo o episódio, é que os Estados Unidos avançaram o sinal, interferindo já diretamente nos assuntos internos dos países da América Latina, ao invés de usar prespostos como ocorria tradicionalmente. Estamos, na verdade, diante de uma mudança radical nas relações dos norte-americanos com a região. Aí caberia uma discussão sobre o conceito de "ataque preventivo". Não podemos esquecer que esse conceito é o eixo central da nova política de segurança nacional dos Estados Unidos, forjada pelos ultradireitistas do governo Bush. Vide Afeganistão e Iraque. Israel também se vale desse "biombo teórico" para justificar o genecídio contra palestinos.
A questão que se coloca, agora, para a América do Sul, é como lidar com o novo problema apresentado: a disposição dos Estados Unidos de agir, também aqui, diretamente, na defesa de seus interesses estratégicos no mundo. A bola da vez parece ser o conjunto: Amazônia e campos de petróleo e gás de 'nuestra América". Nosos estrategistas militares, que nunca apreciaram muito os Estados Unidos, têm agora soberbas razões para ficarem totalmente inquietos com o soprar forte dos "ventos do norte".

SEM MEDIR PALAVRAS

Folha de São Paulo 07/03/2008
Nelson de Sá

Saiu no francês "Le Parisien" e ecoou na BBC Brasil que o presidente da França reagiu mal à morte de Reyes.
""É um erro, um golpe muito duro para o processo de paz e para as negociações que visam a libertação dos reféns", teria dito Nicholas Sarkozy em reunião de ministros, "Reyes era interlocutor essencial para nós, vamos ter de recomeçar do zero". Diz o jornal que Sarkozy "não teria medido palavras para criticar" a operação.

Merval Pereira
O Globo 07/03/2007

“(...) O governo brasileiro está convencido de que houve interferência americana na ação na ação colombiana de invadir o território do Equador para atacar o grupo guerrilheiro que lá estava, sabe-se agora que negociando com o governo francês, sob os auspícios de Chávez e Correa, a libertação de Bettancourt. A posição dura contra a Colômbia, e a prioridade para a formação de um Conselho Sul-Americano de Defesa, fazem parte dessa resposta a uma possível ingerência dos Estados Unidos na região. (...) há um convencimento de que sem o apoio americano o governo Uribe não teria condições tecnológicas de rastreara localização dos guerrilheiros, nem de realizar o ataque, além do suporte político.”

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